sexta-feira, 8 de maio de 2020
Por O Antagonista

“Não vejo perspectiva e
condições de eleição em outubro deste ano. A atipicidade da situação autoriza
pensarmos na prorrogação de mandatos e coincidência de eleições em 2022”, disse
a O Antagonista o líder do DEM no Senado, Rodrigo Pacheco.
Toda essa discussão ficou para
ser feita, inicialmente, em junho, quando as lideranças partidárias acreditavam
que a pandemia já fosse estar em declínio. Mas hoje, 8 de maio, não há garantia
alguma desse prognóstico.
Veneziano Vital do Rêgo, líder
no Senado de bloco partidário com PSB, Patriota, Cidadania, Rede, PDT e PSB,
defende eleições em dezembro:
“Caso não haja condições de
realizarmos as eleições em outubro, transferiremos o pleito para o mês de
dezembro. Mas não dá para fazer uma eleição eminentemente virtual, não seria
uma eleição plena.”
Nos bastidores, se dá como
certo que as eleições não ocorrerão em outubro.
“Se a pandemia não tiver
entrado numa curva de declínio, será impossível fazer a eleição em outubro.
Vamos esperar a primeira quinzena de junho para ver se a gente tem alguma
mudança na curva. O correto seria adiarmos, sempre respeitando os 45 dias para
campanha. Sou contrário à prorrogação dos mandatos, as pessoas foram eleitas
para quatro anos”, afirmou o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio.
O Cidadania também é contra
cogitar prorrogação dos mandatos atuais.
“O Cidadania é contra qualquer
prorrogação de mandatos ou qualquer alteração no calendário eleitoral que
signifique quebrar a alternância democrática das eleições. O calendário pode
ter ajustes, estamos abertos a isso, mas as eleições precisam ser realizadas
neste ano”, disse o deputado Arnaldo Jardim, líder da bancada na Câmara.
A senadora Eliziane Gama, líder
do Cidadania no Senado, concorda: “Ainda temos tempo. Agora, o momento é de
enfrentamento da pandemia. Acho provável o adiamento das eleições, mas
prorrogar mandatos é debate que definitivamente não cabe”.
Luís Roberto Barroso, que
presidirá o Tribunal Superior Eleitoral durante as eleições, disse que o
Congresso é que decidirá sobre o tema. Otto Alencar, líder do PSD no Senado,
defende que o TSE tem condições de adiar as eleições.
“Isso aí é decisão do Tribunal
Superior Eleitoral. Acho que em novembro e em dezembro estaremos numa fase de
mais silêncio epidemiológico. Mas se a pandemia continuar em expansão, terá de
ser feito o debate da prorrogação de mandatos que, a meu ver, só poderia
ocorrer se mudássemos a Constituição. Espero que isso não venha a acontecer”,
afirmou.
O senador Alvaro Dias, líder do
Podemos, acredita que uma decisão só poderá ser tomada na segunda quinzena de
julho.
“Se houver flexibilização do
isolamento e a maioria dos brasileiros voltar para o trabalho e para as ruas,
não haverá razão para o adiamento. Se ocorrer agravamento da situação, o bom
senso certamente recomendará o adiamento.”
O Novo não considera
“democrático” falar em prorrogação de mandatos.
“Sou favorável a realizar a
eleição neste ano, de forma a garantir que as durações dos mandatos sejam
respeitadas. Adiar por um ou dois meses, se necessário, por conta da pandemia,
não vejo problema. Agora, prorrogar mandatos não seria democrático”, disse o
deputado Paulo Ganime, líder do partido na Câmara.
O líder do PDT no Senado,
Weverton Rocha, também acha que não faz sentido prorrogar mandatos.
“Se for preciso adiar, acredito
que será para dezembro. Não vejo clima para prorrogar mandato. Nem os Estados
Unidos estão adiando as eleições deles. Entendo que os atuais prefeitos foram
eleitos por quatro anos e não cabe prorrogação que não seja pela via
eleitoral.”
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