terça-feira, 5 de março de 2019
Foto do site: portalsaibamais.com.br |
Uma
cena de horror que se repete. Nos últimos dias, a imagem da paisagista Elaine
Caparroz, de 55 anos, agredida pelo estudante de Direito Vinícius Serra, de 27
anos, chocou o Brasil. Nesta segunda-feira (4), tamanha violência volta a
acontecer, desta vez, na pacata Pedra Menina, em Dores do Rio Preto, Região do
Caparaó, no Espírito Santo.
A vítima, a vendedora
Jane Cherubim de 36 anos, saiu da cervejaria da família – onde os dois
trabalhavam -, com o namorado Jonas Amaral, 34 anos, com quem tinha um relacionamento
há cerca de um ano. E foi encontrada horas depois pelos irmãos perto de uma
curva, seminua, desmaiada e torturada, na estrada que dá acesso ao Parque
Nacional do Caparaó pelo Estado.
Nesta terça-feira
(05), internada em um hospital de Carangola, cidade mineira perto de Dores do
Rio Preto, ela ainda não fala, não enxerga e tem marcas de roxo por todo o
corpo.
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Jonas Amaral, acusado de espancar a namorada em Dores do Rio Preto. Ele está foragido. Imagem: Instagram postada pelo site acima citado |
Infelizmente,
Jane não foi a única mulher agredida neste feriado de carnaval no Estado. No
domingo, a jovem Maikelly Rodrigues da Silva, de 28 anos, foi encontrada morta,
amarrada, sem roupas e com cinco tiros na cabeça na Serra. Na madrugada de
segunda, um ex-marido ateou fogo na casa da ex e quatro pessoas precisaram
pular do segundo andar para escapar das chamas.
DEPOIMENTO
Sem conseguir dormir e
tirar da cabeça as imagens da irmã, que achou estar morta de tão machucada, o
empresário Cleiton Cherobin, 33 anos, conversou com a reportagem do Gazeta
Online sobre os detalhes que antecederam o crime, como a encontrou e como era a
relação de Amaral com a família. “O cara era muito, muito atencioso. Só tinha
um porém: ele era ciumento ao extremo”. Abaixo, Cleiton descreve o terror que
ainda estão passando.
O que aconteceu?
Eles estavam
trabalhando à noite junto comigo. A noite toda todo mundo bem, trabalhando.
Quando foi perto de 3 horas da manhã, fomos embora. A gente desce à direita
para Espera Feliz (MG) e ele não desceu. Ele subiu para Forquilha do Rio. A
minha esposa comentou comigo o que o Amaral iria fazer lá uma hora dessa.
Ele estava com a sua irmã no
carro.
Sim. Temos filmagens,
temos tudo. Os dois saindo do trabalho e entrando no carro. Subiram para
estrada Parque. Aí a minha esposa fez o comentário. Aquilo me preocupou.
Resolvi ligar para a minha irmã. Liguei duas vezes e ela não atendeu. Ela não
era de fazer isso, aí que eu fiquei mais preocupado ainda. Fui ligando, ligando
e ele atendeu o celular dela. Muito nervoso, falando que ele tinha brigado com
ela, e ela tinha jogado a chave do carro fora, que ele queria a chave para ir
embora. Eu falei para ele se acalmar e perguntei onde ele estava. Ele disse que
estava perto de Espera Feliz no asfalto. Eu falei que ia buscá-lo, ele disse
que não precisava e imediatamente desligou o telefone.
O que você fez?
Virei o carro e fui
para Espera Feliz. Rodei a cidade toda, fui na casa da minha irmã, porque ela
mora em Espera Feliz. Ela não estava, só estava o filho dela dormindo. Ele
acordou e entrou comigo no carro. Fui à Delegacia de Espera Feliz. Voltamos e
fomos para a casa do pai do agressor. Aí ele ligou querendo falar com o pai
dele. O pai dele ficou gritando: ‘Não faz isso não, Amaral. Volta pra casa’. Eu
acho que naquele momento ele já tinha confessado para o pai dele que tinha
agredido a minha irmã. Eu voltei para Pedra Menina. Antes disso, chamei o meu
irmão no sítio dele. A minha esposa foi com o meu carro e eu no carro com o meu
irmão. Subi para a Forquilha do Rio. Quando estava subindo, encontrei outro
funcionário que
entrou no carro para
ajudar a gente.
Ele já tinha algum histórico de
agressão, algum comportamento estranho? Não. A
gente abraçou ele na família como se fosse um irmão. O cara era muito generoso,
bacana. Muito atencioso. Só tinha um porém: ele era ciumento ao extremo. A
minha irmã é muito bonita e ele é um cara feio. Então ele era muito ciumento. A
gente ouvir dizer que ele já bateu em outra mulher, mas a gente não sabia
disso, a gente só ficou sabendo agora. Eles estavam juntos há quanto tempo? Acho
que por volta de um ano. O filho dela não é dele? Isso. É de outro
relacionamento. Ele é da região? Ele é de Espera
Feliz, Minas. O que você sentiu quando viu a sua irmã naquela situação? Simplesmente
achei que a minha irmã estava morta. Senti uma aflição muito grande. Minha irmã
estava toda ensanguentada. Foi a coisa mais horrível que aconteceu na minha
vida. Não consigo dormir. Aquele filme fica na minha mente. O sentimento é de
como pode ter uma pessoa tão brutal, tão sem amor ao próximo para fazer uma
crueldade dessas Irmão da vítima A única coisa que pensei foi em pegá-la e
socorrê-la. Levamos para o hospital de Espera Feliz e hoje ela está em
Carangola, que é um hospital melhor. Qual é o estado de saúde dela? Estável.
Ela não conversa, respira por aparelho, ela não enxerga, está com o nariz quebrado.
Está com o pescoço todo roxo porque ele tentou estrangulá-la. Não tem uma parte
do corpo dela que não esteja roxa ou ralada, porque ele esfregou ela no
calçamento pra todo lado Irmão da vítima Eu nunca tinha visto isso com a gente.
Nossa família é muito querida, humilde, conhecida. É inacreditável a gente
passar por isso. É difícil demais.
INVESTIGAÇÃO
A polícia pediu a
prisão de Jonas Amaral pela suspeita de ter espancado a namorada. A briga teria
sido motivada por ciúmes. De acordo com o delegado Ricarte Teixeira, um dos
irmãos da vítima acompanhado de um advogado foi ouvido e contou que a briga
pode ter sido motivada por ciumes. Os dois trabalham em uma loja de calçados em
Espera Feliz (Minas Gerais) e durante o carnaval estavam trabalhando em uma
cervejaria na localidade. “Ele disse que o casal saiu de lá por volta das 3h,
mas como ele teve um mal pressentimento começou a ligar para o telefone dela,
mas não estava conseguindo falar. Até que eles se falaram e o suspeito disse
que haviam brigado aparentemente por ciúmes. Ela foi encontrada caída na estada
após 1h30 mais ou menos”, contou o delegado. O vendedor vai responder pelo
crime de tentativa de feminicídio e pode pegar até 20 anos de prisão. A
vendedora permanece internada na Casa de Caridade de Carangola em Minas Gerais.
Quem tiver informações sobre o paradeiro do Jonas Amaral, pode entrar em
contato pelo disque-denúncia 181.
Fonte: portalsaibamais.com.br
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